
Sabes, tenho andado por aqui a vaguear por cantos escuros, sozinha, apenas com o pensamento, acompanhada pelo tempo que tanto passa depressa como devagar. É como quiser e bem lhe apetecer. Todos temos dias bons e dias menos bons, mas nem todos temos saudades, nem todos nos sentimos vazios e incompletos quando olhamos para dentro e damos por falta de alguém, quando sentimos que algo nos deita abaixo e nos deixa cada vez mais fracos. Sinto saudades, saudades essas que me magoam e ferem por dentro e por fora. Ou talvez nem sejam as saudades, talvez sejas tu que me magoas, tu e as tuas palavras frias e cureis que insistem em me destruir. Mas sabes que mais? Odeio dar-me por fraca, por derrotada, odeio perder batalhas e no fim de qualquer uma delas ser encontrada caída no chão, por isso continuo aqui, imóvel mas de cabeça erguida e mão no coração. Não me vais deitar a baixo mais vez nenhuma. Sou fraca, mas odeio demonstra-lo e por isso decidi que não vou chorar mais nenhuma vez por ti. Também não és forte, porque todos nós temos o nosso lado fraco mas eu estou farta de passar dias no sofá a olhar para a janela e a tentar que o mundo pare, nem que seja por um segundo. Na verdade sei que não vai parar, mas mesmo assim fico aqui, a magoar-me a mim mesma com este meu pensamento estúpido e inútil que só me deixa ainda pior. Odeio(-te), sabes ? Odeio tudo, por causa daquilo em que me tornei, ou melhor, em que me tornaste. Odeio(-me) por aquilo que meteste na minha cabeça ignorante e oca de tanto pensar em ti. Odeio(-te) !
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