sábado, 5 de fevereiro de 2011


atrevo-me a dizer que foste o nome que eu escrevia na janela, quando estava embaciada. tal nome que com o decorrer do tempo ia desvanecendo, e eu contornava, contornava e contornava. insistia sempre para não deixar de existir o teu nome, naquela janela. janela onde chorava por ti, janela onde espreitava a todos os momentos a ver se o teu nome lá permanecia. janela em que dia sim, dia não, pedia a deus para que num só minuto fosse, reparasses no quanto te amava. um dia, cansei-me de contornar o teu nome na janela, um dia abri os os olhos e prometi a mim mesma deixar de procurar por ti, de pensar em ti, e acima de tudo prometi a mim mesma que ias desaparecer dentro de mim. passaram dias, passaram meses, que para mim foram décadas. e voltei a voltar á janela, continuavas lá, sem eu te por lá porque cria. não te conseguia esquecer, o teu cabelo, os teus olhos, a tua voz, os teus passos, os teus gestos, as tuas palavras, o teu sorriso. foi tudo ganhando ferrugem, e as minhas lágrimas já não eram suficiente para chorar por ti. naquele momento podia dizer que foste passado. mas ainda hoje admito que quando te vejo, sinto um arrepio, uma dor, uma coisa inexplicável. a ferida curou, mas a cicatriz vai ficar até ao fim de mim.

1 comentário: