Hoje é um
daqueles dias que não me apetece sair da cama, encarar o mundo, olhar lá para
fora, ouvir as músicas que já ouvimos juntos, pensar em todas as coisas, forçar sorrisos,
dizer mentiras, olhar nos olhos. Hoje é um daqueles dias maus, em que nem mesmo
tu o consegues mudar. Tenho dúvidas, perguntas, milhares de combinações, que me
aprisionam e me consomem o resto de alma que ainda tenho. Acreditava em ti,
mais do que na minha própria existência. Esta confiança atraiçoou-me, perdi
pessoas, tempo... vida. Talvez agora perceba que fora um objeto inanimado nas
tuas mãos, à espera de uma demonstração de carinho. Quero que me mostres ser
quem eu realmente conheci. Estranhava antes mas agora entendo, a tua definição
de amar é diferente da minha. Com firmeza te digo, que para mim amor é mágoa e
felicidade que harmoniosamente se juntam numa só promessa: ser capaz de fazer a
outra pessoa feliz, independentemente dos riscos. Foste capaz de
tal proeza, em tempos. Será, no presente, a tua definição
apenas uma mentira. Se o for, então prefiro não ouvir. Magoa demais.
Acrescento agora à minha perspetiva que talvez
amar seja isso, perdoar uma pessoa sabendo que ela ainda vai errar um milhão de
vezes.Todos precisamos de
amor, eu preciso do teu. Espero que saibas que voltei a
entregar-me espontaneamente porque senti falta do que nós éramos, e não do que
somos agora. Gostava de poder guardar o nosso excesso de felicidade
num local suspenso e poder usá-lo quando preciso. Como hoje.
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