segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ela é louca por ti, e tu sabe-lo bem. Tu sabe-lo tão bem que te aproveitas disso sem qualquer tipo de dó ou piedade. Tu não queres saber dela. Ela não desperta qualquer tipo de interesse em ti mas tu, mesmo assim, continuas a ir ter com ela quando te sentes mais sozinho. E de cada vez que o fazes? De cada vez que o fazes dás-lhe o motivo por que ela tanto procura para não desistir de ti. De cada vez que o fazes é quase como se estivesses a dizer-lhe que ainda nada está perdido, que ela pode continuar a sonhar contigo. No fundo, tu queres que ela pense que ainda há esperança. Mas não há, e ela sabe-o melhor que ninguém. Tu não fazes ideia do que está por detrás dos corações que ela te manda mas o significado deles? Esse garanto-te que já não é o que era. Ela tem (agora) os pés assentes na Terra. Tem noção de que não há volta a dar, e está desiludida contigo. As coisas são como têm de ser e nada acontece por acaso. Quando lhe disseste que não querias voltar a estar com ela, tiraste-lhe o sono. Tu tiraste-lhe o sono e ela, por isso mesmo, começou a ficar em chamada com ele - por “ele” entenda-se aquele rapaz com quem tu não querias que ela fosse ter porque, apesar de nunca o teres dito, a ideia de poderes algum dia vir a ter de a partilhar com alguém não te agradava - até ainda mais tarde que o normal. Ele pode até não ter um coração do tamanho do teu mas, seja de que tamanho for, pertence-lhe. Pertence-lhe agora, e há-de pertencer-lhe sempre. E tu? Tens o coração de alguém? Tinhas o dela, e agora? Tens alguém que, apesar de não tentar falar contigo de cada vez que se lembra de ti, te vê em todos os sítios e mais alguns? Que sentes que, apesar de não te conhecer como a palma da sua mão, adora o pouco que conhece de ti e, mesmo quando descobrir quais são cada um dos teus defeitos, vai continuar a querer conhecer-te a cem por cento? Ela adorava-te com tudo o que tinha, e depositou toda a pouca esperança que possuía em cima de ti. Tu destruíste isso. Destruíste quase por completo a esperança que ela deposita desde sempre em quem diz que “quem espera sempre alcança”. Ela esperou até quando pôde, e esperou durante muito tempo. Talvez não para ti. Mas para ela, que está habituada a ter tudo o que quer, o tempo em que esteve à tua espera foi demasiado. Valoriza-o. O mais provável é que daqui a uns anos te lembres dela como tendo sido a rapariga que esperou por ti enquanto estavas perdido. Por agora, e a curto prazo, lembra-te dela como a rapariga espectacular que perdeste por não gostares de correr riscos. Podia ter resultado.

Sem comentários:

Enviar um comentário