Digam-me que ouvir não, por vezes, é bom. Ou porque nos faz ficar mais
fortes e com vontade de viver a vida, conhecer o que está lá fora e até então
havíamos ignorado; ou porque perdemos a cabeça de cada vez que recuperamos de
uma desilusão e agimos como se fossemos morrer no dia seguinte. Só não me digam
que existe alguém que mereça passar a vida a levar com portas na cara, ou a ir
contra paredes. Que existe alguém que mereça fazer os possíveis, e os
impossíveis, para que as coisas corram da melhor maneira e nem assim consiga
alcançar os seus objetivos.
Sempre me disseste que estávamos destinados a ficar juntos. Que o tempo
que passámos separados só havia servido para nos apercebermos de que gostamos
mais um do outro que aquilo que pensavamos. Tu mudaste tanto quanto aquilo que
eu sentia por ti, e eu não faço a mínima ideia do que se segue. Eu não sou parva. Cuido de quem gosto, corro
atrás do quem quero, peço desculpa quando não tenho culpa, importo-me e
preocupo-me. Mas quando desisto? Quando desisto é para sempre. E a nossa “relação” está por um fio e se ainda
não acabei de vez com isto é porque não consigo. Porque não sou forte o suficiente para estar sem ti durante
muito tempo. E se tu soubesses o quanto preciso de sentir-te por perto irias
certamente dirigir-te a mim tantas vezes quanto possível. Irias certamente
encontrar tempo para estar comigo, por muito ocupado que possas até ser.. Irias
certamente fazer tantas coisas que nunca fizeste. É só porque, sei lá.. Eu
gosto de ti, e lembro-me de ti quase constantemente. E tu não. Eu sei que não.
Que não sentes tão pouco a minha falta. Mas há-de sentir, sabes? Talvez não
agora, nem a curto prazo. Dizem que todos
nós fomos feitos para estar sozinhos quando aqueles de quem gostamos
não querem estar connosco. Hoje já não tenho tanta certeza disso. Já não sei
qual de nós estava certo, e qual de nós estava errado. Vai haver um dia em que vais acordar, sentir
falta de ter alguém por perto, e aí sim.. Vais pensar em tudo aquilo que
perdeste. Em mim e em todas aquelas vezes em que eu tentei estar contigo e tu,
pura e simplesmente, não entendes-te ou fizes-te que não entendes-te. Em todas
aquelas vezes em que tu disseste que não podias estar comigo, e eu as entendi
como um sinal de stop aos meus mimos. Porque, afinal
de contas, sempre foi disso que se tratou. Eu sempre tentei mimar-te até mais
não, e tu nem isso me deixaste fazer. Nunca me deixaste ir ter contigo, e
encher-te de mimos. Nunca. Mas e eu? Como é que é suposto ficar no meio disto
tudo? Quem é que é suposto mimar-me? Se estou contigo, não era suposto seres
tu? Pois, exato.. Nunca foste capaz de o fazer. De me deixar de coração cheio,
e a pensar que não me falta nada. E devias.. Devias tentar pelo menos deixar-me
a pensar que tens tudo aquilo de que preciso para ser feliz. Mas não. Claro que
não. Fazer-me feliz para quê, não é? Quando se tem alguém como eu por perto,
uma rapariga que se pode tomar como garantida porque sabes que, faças o que
fizeres, nunca há-de deixar de estar aqui para ti, para quê retribuir o que quer
que seja? Para quê agradecer, ou demonstrar um só pingo de gratidão que seja? Nestes últimos dias, tenho tido saudades
tuas. Têm-me feito falta os teus beijos na testa, e os teus sorri.
Mas uma coisa é certa.. Ou fico contigo, ou me afasto para sempre. O meu futuro
passa por mim própria, e o mais certo é que o destino nem sequer exista. Que eu
aprenda a ser feliz sozinha, já que o amor está numa de jogar às escondidas
comigo.
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