Era amor. Sempre o foi. Por mais
que fugisse, por mais que tentasse negar, aquela forte sensação de carinho
mútuo corria-lhe no sangue. Era-lhe humanamente imposto este sentimento.
Chegou, marcou a sua vida, foi embora. Mas tudo o que é bom, acaba por voltar
sempre. E então, voltou. Desta vez, tinha a esperança de não voltar a passar
por tal mágoa, tinha medo de não conseguir suportar o vazio que entoava na sua
alma, como antes o fez, receio de não encontrar forças, essas que estão
inevitavelmente sem vida. Mas o seu amor pediu-lhe mais do que ela tinha para
dar, e ela cedeu, sem pensar duas vezes. Porque o amor é instantâneo, e não
sabemos como e quando ele acontece, mas quando vem, ele faz-se sentir na
memória por longos prazos. E aquela rua, em que ambos passaram momentos
surreais, parece estar em todos os recantos. Ambos a encontraram, e deixaram o
seu corpo e o seu coração seguir aquele caminho. Sabes aquela sensação, que te
sentes pequenina e segura, como quando estás no colo de alguém? Naquele pequeno
lugar a segurança pairava no ar. E nem olhando para trás, eles juntaram-se,
eles provaram do seu amor, com um tom amargo, com algum receio, com questões
que preferiram ignorar.. Por que iriam explicar algo, se o que sentem não é
algo explicável, mas sentido? Só eles o sabiam, o guardavam. Como podem dizer
que não há histórias intermináveis, se nem o que está sobre nós, diante dos
nossos olhos, tem limite? Atingiram o ponto mais alto das suas vidas. Foram
felizes, nada importou onde foi, como foi, quando foi... Eles ficaram
apaixonadamente unidos. O foco era o que sentiam um pelo outro, nada mais era
digno de ser levado a sério. Eles brincavam, eles riam, eles choravam por
dentro, com vontade de não sair dali. Eles tornaram-se um, e mais fortes do que
algumas vez o foram.
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