sábado, 2 de fevereiro de 2013


Mulheres como eu são determinadas, mas não são parvas. Cuidam de quem gostam, correm atrás do que querem, pedem desculpa quando não têm culpa, importam-se e preocupam-se. Mas quando desistem? Quando desistem é para sempre. Imagina um copo vazio. De cada vez que nos sentimos sozinhas ou a remar contra a maré, enchemo-lo um pouco. De cada vez que nos dão falsas esperanças, nos fazem sentir mais felizes que nunca e, no minuto a seguir, nos deitam abaixo, mais um bocadinho. E, parecendo que não, vocês - vocês rapazes - fazem com que o tamanho do copo não importe. Seja grande ou pequeno, arranjam sempre maneira de fazer com que a água transborde. Dão-nos motivos suficientes para pôr de parte todo aquele tempo que ali estivemos, com que vos digamos que não dá mais. Que estamos fartas, e que a nossa paciência chegou ao fim. E se chegou mesmo (se porque já se sabe que nós - nós mulheres - nem sempre dissemos aquilo que sentimos) então bem que podem esquecer. Depois da água transbordar, não há como voltar atrás. A água até pode mais tarde evaporar e ficar tudo tal e qual como estava, não adianta. Quando a paciência se torna inexistente, nem as feridas cicatrizam de um momento para o outro, nem nós nos damos ao trabalho de fingir que sim, como sempre havíamos feito até então.

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